Jacqueline Vilela e Sibelle Meyer

obras análogas

O estudo das obras análogas no projeto de TCC

A disciplina de Trabalho Conclusão de Curso (TCC) ou Trabalho Final de Graduação (TFG) como é normalmente conhecida está dentro das disciplinas práticas do curso de arquitetura e urbanismo, onde espera-se que o aluno desenvolva as habilidades necessárias para o exercício da profissão, através da própria vivência do processo de projeto, da prática e da observação do trabalho de outros, colegas, professores ou profissionais da área.

Parece haver um consenso na bibliografia de que a base para o ensino da arquitetura e urbanismo seria a própria arquitetura. Neste sentido, ao propor seu projeto que deverá ser desenvolvido na disciplina de TCC, propõe-se que o aluno investigue o processo de projeto de alguns arquitetos, reconhecidos, em busca de possíveis estratégias comuns através da análise dos projetos concebidos ou obras análogas.  É claro que não se pretende traçar uma metodologia rígida, afinal cada profissional aborda o aprimoramento de suas atividades projetuais de forma própria (LAWSON, 2011). Objetiva-se compreender melhor o processo de projeto através da análise sistematizada de obras análogas.

O que é importante para escolher as obras análogas do projeto de TCC

A escolha da obra análoga não depende tanto do tipo do projeto, mas da pergunta que se quer responder com ela. Tal pergunta deve estar diretamente relacionada com o tipo de conhecimento que se almeja. Como diz Zein (2018, p. 16), “a resposta está em saber a finalidade que se pretende com a análise, e por isso a pergunta deve ser bem enunciada”. Devem ser respondidas questões sobre como as coisas podem ser, e não apenas constatar como são, almeja-se uma reflexão-na-ação.

O estudo obras análogas deve levar em consideração a correlação entre projeto, contexto e processo e não os considerar como “camadas” isoladas (FOQUÉ, 2010).

Seguindo a recomendação de Zein (2018) de que análise de obras análogas para o projeto a ser desenvolvido no projeto de TCC deve ser sistematizada, propõe-se a determinação de critérios baseados nos apontados por Foqué(2010) sendo eles:

A – Programa: se refere à análise organizacional, com setores, ambientes, áreas e fluxograma;

B- Inserção urbana: corresponde à análise ambiental do projeto, sua inserção no contexto;

C- Tectônica: enquadra as análises da construção e da morfologia do projeto. Estuda a relação entre a adoção de determinado sistema construtivo e o resultado formal proposto;

D- Conceito do projeto: A resposta dada por cada arquiteto configura-se no conceito do projeto, o “elemento aglutinador” das premissas: inserção, programa e tectônica. É o que diferencia um projeto de outro onde o local, o programa, a verba a ser utilizada, são os mesmos.

Assim, o estudo de obras análogas de arquitetura e urbanismo acima descrito, serve de base para a reflexão e análise  sobre o processo de projeto e orienta as tomadas de decisão dos arquitetos e urbanistas.

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Referências:

FOQUÉ, Richard. Building Knowledge in Architecture. 2010. E-book. Acesso Restrito. Disponível em:

https://ebookcentral.proquest.com/lib/ufmgbr/detail.action?docID=4445858. Acesso em: 10 nov. 2021.

LAWSON, Bryan. Como arquitetos e designers pensam. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

ZEIN, Ruth Verde. Leituras Críticas. Coleção Pensamento da América Latina. São Paulo: Romano Guerra: Nhamerica, 2018.

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